Demorou mas vamos comentar sobre o novo filme de Hugh Jackman o “Spilbergiano” Gigantes de Aço…O filme aborda entre outros um tema extremante atual “a batalha do boxe para sobreviver” e ainda se inspira em 2 clássicos de Sylvester Stallone…

Antes de começar devo informar que esse post vai conter alguns spoilers (ficará muito difícil fazer as comparações sem eles).

Gigantes de Aço começa mostrando Charlie (Hugh Jackman) um boxeador falido que hoje tenta ganhar algum dinheiro com as lutas de robôs, o ano é 2020 e as lutas entre seres humanos estão proibidas, o que fez com que os robôs ser tornassem os grandes astros do boxe. Ao receber a notícia de que sua ex esposa faleceu Charlie se vê obrigado a passar um tempo com seu filho Max (Dakota Goyo) com quem nunca teve contato.

Em meio a muitas discussões pai e filho encontram um modelo antigo de robô chamado Atom que surpreendentemente se mostra muito eficiente nas lutas vence grandes oponentes. Ao longo filme nos deparamos com a dificuldade de Charlie em se relacionar com filho e uma série de lutas dramáticas entre os robôs.

Certo falado isso vamos as referências do filme, os mais distraídos podem deixar passar , mas  Gigantes de Aço é praticamente a junção de 2 clássicos de Stallone, o primeiro ponto da história que chama atenção é a difícil relação do ausente Charlie com seu filho que foi abandonado logo no nascimento, agora com o falecimento da mãe o garoto Max tem que passar um tempo com o pai fato que por si só rende boa liga a trama. O primeiro filme de Stallone que claramente serviu de base para o roteiro do filme é Falcão – O campeão dos campeões de 1987 , no filme Stallone vive o caminhoneiro Lincoln Falcão que recebe da esposa a beira da morte a missão de conviver com o filho que ele abandonou ainda quando criança e os dois vão viajar pelo país a bordo de um caminhão para chegar até Las Vegas onde Falcão participará de um concurso de queda de braço. As semelhanças são claras , Charlie apesar de não ser um caminhoneiro por origem passa boa parte do filme guiando um caminhão robusto que serve de transporte para robôs gigantescos e onde muitas cenas com o filho acontecem e a morte de sua esposa que causa a obrigação de passar um tempo com seu filho é uma passagem muito parecida (se não idêntica a criada por Stallone) principalmente pela dificuldade no relacionamento que em ambos os filmes demora para engrenar (verdade que o garoto do Falcão é bem mais chatinho que o do Gigantes ).

O filme faz homenagem a filmes dos anos 80 que tratavam de superação esportiva, mas não há dúvidas que a grande referência é a série Rocky que dispensa apresentações , os treinamentos em filmes nunca mais foram os mesmos depois do lutador que Stallone criou e no Gigantes novamente pode se ver uma sequência de exercícios que lembra Rocky (inclusive nas roupas), o robô Atom vindo do ferro velho, mesmo contra todas as expectativas se destaca e virá um lutador aclamado pelo público, no decorrer do filme pai e filho conseguem que Atom lute contra o campeão mundial Zeus e o robô aparentemente sem condições de encarar o quase perfeito e invicto campeão , aguenta a luta com muita perseverança. Durante a luta a resistência do robozinho ganha a simpatia do público resultando num final muito parecido com o clássico Rocky – Um Lutador, os “vilões” Tak Mashido (o criador de Zeus) e Farra Lemkova (a dona de Zeus) lembram muito Ivan Drago e sua esposa de Rocky IV, as falas e a forma como são interpretadas também parecem adaptações dos personagens de Stallone.
Porém não encare o filme como algo sem originalidade , na verdade é bem simples no que se diz respeito a roteiro , não se trata de uma cópia e sim uma boa mistura de elementos (utilização de repertório como dizemos em publicidade) por parte  do roteirista John Gatins (Coach Carter) que consegue construir muitas possibilidades em cima de uma história pouco complexa, a direção de Shawn Levy (Uma noite no museu) é precisa ele soube balancear as diferentes passagens do filme e levar o público a se envolver com os protagonistas como a muito não se via é de fato o efeito Rocky onde torcida vai crescendo nas poltronas quase que automaticamente. Os efeitos especiais são convicentes e não tem aquele exagero natural quando se fala em futuro (com certeza a participação de Spilberg faz parte desse bom gosto). As filmagens não trazem grandes inovações , mas mostram as bem coreografadas lutas e essa a intenção afinal, pra fechar Hugh Jackman (que treinou com Sugar Ray Leonard) e Dakota Goyo tem excelente química e estão bem entrosados com o roteiro.
O filme ainda dá umas alfinetadas no cenário atual das lutas , nesta projeção de  futuro o boxe  foi a falência devido ao anseio do público por sangue e crueldade (mencionando diretamente a família Gracie ,Jiu Jitsu e Muay Thai) e que mesmo com o MMA as pessoas ainda queriam mais violência por isso o surgimento do robô nos ringues.
Mas não tem jeito toda essa moda de UFC nunca vai levar o público a loucura como boxe , que pode sim desaparecer , mas nunca será substituído por essa brutalidade que se vê hoje (e tenho convicção que também não haverá um filme de MMA que emocione qualquer ser humano como os filmes de boxe)… Nós recomendamos Gigantes de Aço que apesar de vir com alguns clichês é do tipo cinemão e diverte, ao melhor estilo sessão da tarde soando como uma homenagem aos filmes do gênero e a nobre arte do boxe…(trailer abaixo).

É isso ai … Has Tela Vista

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