Férias Frustradas | Crítica

Férias Frustradas de 1983, estrelado por Chevy Chase e Beverly D’Angelo. foi um dos grandes clássicos das tardes dos anos 80 e 90, gerou três continuações e mais um punhado de “road movies” inspirados ao longo do anos. Era natural que a onda de refilmagens e reboots de Hollywood chegasse a ele, e o novo Férias Frustradas surge surpreendentemente bem, com personalidade e atualizado…
No filme, Rusty Griswold (Ed Helms) trabalha como piloto de avião na EconoAir, uma companhia de baixo custo. Ele é casado com Debbie (Christina Applegate) e tem dois filhos, James (Skyler Gisondo) e Kevin (Steele Stebbins), que vivem brigando. Disposto a se divertir com a família, Rusty decide seguir os passos de seu pai (Chevy Chase) e comandar uma ida ao parque de diversões Wally World, localizado a dias de viagem. Rusty logo aluga um carro albanês, sem imaginar que a viagem em família será bem mais complicada do que imaginava.
Férias Frustradas, sem dúvida nunca chegou a ser um De Volta para O Futuro, E.T ou qualquer um dos clássicos inesquecíveis dos anos 80, mas sempre foi um filme simpático a todos. Uma aventura muito palpável, com a qual as pessoas se identificavam. Este novo longa não é uma refilmagem, tecnicamente trata-se de uma continuação, seguindo moldes parecidos com o que fizeram com o recente arrasa quarteirões, Jurassic World. Assim Férias Frustradas, conversa de leve com o primeiro filme da franquia para estabelecer a história de Rusty como o novo patriarca das aventuras que seu pai eternizou. De início já temos alguns indícios de que a família entediada pode render boas risadas, principalmente com a “ingenuidade” de Rusty. A construção das personalidades é divertida e brinca com esteriótipos atuais sem se preocupar com o politicamente correto. Os filhos da família representam bem isso, o garoto mais novo é o típico “bullyng boy”, termo que não existia nos anos 80 (mas os garotos sempre existiram), enquanto o filho mais velho é um tanto “sensível”, o que gera ótimas piadas (que serão entendidas pelo politicamente correto como homofobia, provavelmente). É bem verdade que o novo Férias Frustradas, não funciona tão bem como road movie quanto o original, mas seu conjunto de esquetes são hilárias, de fazer ouvir gargalhadas pelo cinema. É justamente esse tempo de comédia um pouco mais cortante, herdado pela geração Se Beber, Não Case e porque não dizer de Ted (o primeiro filme), que faz o longa se desenvolver com personalidade.
O carro continua sendo um dos pontos mais legais do filme, mas dessa vez ele realmente ganha importância para a narrativa, pois os “recursos” do automóvel alugado fazem um bela ponte sobre como é difícil aliar a vida moderna com tarefas mais rústicas, como tirar férias em família. Afinal, as crianças não querem conversar, há tecnologia por todo lado e, é cada vez mais difícil convencer as pessoas de que uma “simples” montanha russa possa trazer diversão para que compense o trabalho. O filme faz muitas auto – referências, mas trata de homenagear outros sucessos também, enquanto suas piadas vão funcionando naturalmente nas diferentes paradas da viagem. Férias Frustradas não se arrisca muito tecnicamente, mantém o foco nas piadas com uma paleta de cores quentes e alegres, trilha sonora confortável (com boas homenagens aos anos 90 também) e as esperadas gags visuais, usando diversos recursos dos ambientes.
Ed Helms tem um jeito muito dele de fazer comédia, nada muito escancarado como Jim Carrey ou Eddie Murphy, ele faz mais o tipo escada, algo muito bem feito pelo próprio Chevy Chase. Ed interpreta as piadas, entra nelas e as faz o público as entender. Em Férias Frustradas, ele está bem acompanhado pela boa Christina Applegate (Tudo por Um Furo) e os atores mirins Skyler Gisondo e Steele Stebbins, já na participação especial do Chris Hemsworth (o Thor da Marvel), o filme perde muito ritmo e demora para engrenar novamente, essa parte que deveria ser comparável ao encontro com a família caipira do filme original, destoa do resto filme negativamente e nem mesmo a piada visual vista no trailer (talvez esse tenha sido o erro) funciona totalmente.
Enfim, Férias Frustradas é uma prova de que alguns filmes precisam sim, ser reapresentados para uma nova geração, e que isso pode ser feito sem que se comprometa o trabalho original. Assim como foi feito esse ano por Jurassic World, Férias Frustradas toma para si o tema férias em família, faz auto-sátira, brinca com a cultura pop atual e, principalmente, não é pretensioso. Num paralelo muito interessante o final do longa mostra que Wally World ficou no passado e que agora é hora de colocar o pé na estrada e buscar novas diversões…é o que Férias Frustradas faz muito bem… Veja nossa Chuck Nota logo abaixo…

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