star-trek-sem-fronteiras-imagens-oficiaisEm cartaz

Cheio de homenagens e easter eggs, Star Trek encerra sua nova trilogia com vitalidade e um entretenimento leve como poucos filmes esse ano podem se gabar de ter alcançado.

Na nova sequência da franquia, o capitão Kirk (Chris Pine) e a sua equipe encontram-se perdidos em um planeta desconhecido e sob a ameaça de Krall (Idris Elba) – um inimigo misterioso que colocará à prova tudo o que a Federação representa. Eles precisam encontrar uma forma de driblar o vilão, contando apenas com a união da equipe e com Jaylah (Sofia Boutella), única aliada que encontram pelo caminho.

Encontramos aqui novamente, a contestação de Kirk sobre o seu papel como capitão da Enterprise e um Spock oscilante sobre seu futuro na nave. Ótimas deixas para a continuidade da boa interação da equipe, principalmente, desses dois atores, Chris Pine (Kirk) e Zachary Quinto (Spock), que entenderam seus personagens e a reformulação que eles precisariam. Outro fato importante em Star Trek: Sem Fronteiras é que os outros personagens da nave têm seus momentos, todos têm importância para o enredo e podemos comprovar isso ao longo do filme. Fica apenas um “porém” quanto a polêmica da revelação do personagem gay (Sulu). É um momento tão inútil quanto poderia se imaginar que seria. A cena é totalmente descontextualizada, claramente inserida como um “fan-service” do politicamente correto, somente para mostrar que o Sulu é gay, não faz qualquer diferença para o filme, assim como não faria se mostrasse uma família hétero.

O roteiro de Simon Pegg (que atua no filme com Scotty), injeta certa ingenuidade em algumas ações da equipe para justificar as encrencas inexplicáveis que eles se metem, fazendo assim esse novo Star Trek com certeza o menos rebuscado da franquia. É um filme simples e episódico, como se fosse um grande episódio da série de TV, de longe o mais fácil de entender, sem as complexidades dos anteriores. Não é preciso ter visto os primeiros para curtir esse novo título.startrekbeyondreview_18-1500x844

Apesar de toda a diversão que o filme traz, há um tom emocional muito presente, até mesmo quando nos relacionamos com a nave, nós entendemos realmente o significado dela, o que a Enterprise representa, e ficamos tristes por ela (sem aprofundar muito para não dar spoiler). Outros momentos tocantes são as lindas homenagens a Leonard Nymoi, o Spock clássico da TV e Anton Yelchin, o Chekov da franquia nova, falecido há alguns meses num acidente.

Para os que torceram o nariz para a escolha, o diretor Justin Lin que deu um fôlego novo (e aparentemente interminável) a franquia Velozes e Furiosos, deixou seu recado. Lin se mostra um especialista em ação, e utiliza todo o potencial de blockbuster de Star Trek de forma frenética. A ação é feroz, bem filmada, do tipo de que faz você ficar na ponta da cadeira prestando atenção em cada detalhe, e não estamos falando só de raios laser para o todo lado, tem embates corpo a corpo de tirar o fôlego.  A câmera flutua pelos cenários de canto a canto, é bonito de ver, principalmente dentro da Enterprise, onde somos levados por grande tour.

Muito ligados aos efeitos práticos Lin e o produtor J.J Abrams também não abriram mão de trabalhar com o tom mais realista possível (considerando que é um filme no espaço). Os personagens principais poderiam ser facilmente criados em C.G.I, mas a opção da produção foi caprichar nas próteses e maquiagens, e colocar os atores para trabalhar literalmente debaixo da fantasia, é bem verdade que o visual de alguns, inclusive do vilão, lembram os Power Rangers, mas mesmo assim o trabalho é detalhista e ajuda demais na imersão. Os figurinos também são um show à parte.

É já que falamos sobre o  vilão “Power Rangiano”, esse Krall é ameaçador, sem dúvida, mas a principio sem grandes motivações. No primeiro e segundo ato, ele até parece um pouco genérico, mas no ato final… o vilão vivido por Idris Elba é esmiuçado e temos uma visão clara do que ele representa, que melhora nossa percepção do personagem. Talvez se explicado um pouco antes surtisse mais efeito, de qualquer forma o trechos mostrados resolvem nossos problemas com ele.

Enfim, Star Trek: Sem Fronteiras também consegue uma outra façanha, é o primeiro filme dos muitos que tentaram depois do sucesso de Guardiões da Galáxia, a encaixar a trilha sonora de forma orgânica na narrativa,  com uma ideia genial, diga-se de passagem.

Se mantendo distante do principal “rival” Star Wars, mesmo com temática parecida. Star Trek: Sem Fonteiras traz um fechamento de trilogia digno de um dos melhores reboots que já fizeram em Hollywood, e principalmente, digno de um bom lugar na lista de melhores filmes desse ano… Confira nossa Chuck Nota logo abaixo…

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