Gamora, Peter Quill, Drax, Nebula (Guardiões da Galáxia vol.2)

Antes uma grande interrogação, os Guardiões da Galáxia chegam agora, em sua continuação, como fortes candidatos a blockbuster do ano. Ainda sem pressa nenhuma para cruzar com o restante do universo Marvel, Guardiões da Galáxia vol.2 reúne tudo que deu certo no primeiro e potencializa com a mesma competência, mas sem o mesmo impacto.

Ambientado para o novíssimo pano de fundo musical de Awesome Mixtape #2, Guardiões da Galáxia Vol. 2 dá sequência às aventuras da equipe enquanto eles atravessam os confins do cosmos. Os Guardiões têm que lutar para manter sua recém-descoberta família unida enquanto desvendam o mistério da real ascendência de Peter Quill.

Guardiões da Galáxia vol.2 é um filme surpreendentemente contido em seu próprio universo, que acaba se mostrando interessante o suficiente para sustentá-lo (por enquanto). Mesmo com o sucesso do primeiro filme (relembre o que comentamos na época), James Gunn (diretor) não é pretensioso ao ponto de tentar criar um épico estelar gigantesco, se repararmos bem, o filme se passa, na maior parte do tempo em dois cenários e focado numa trama bastante direta. É uma continuação no verdadeiro sentido da palavra, pois pega o assunto que mais deixou curiosidade (o pai do Peter Quill) e o desenvolve de ponta a ponta. Em alguns momentos com certa lentidão, causada por um tempo de filme um pouco exagerado (2h16m).

Gamora, Peter Quill, Drax, Nebula (Guardiões da Galáxia vol.2)O humor do filme já se arrisca na alto referência e parte das mesmas bases do primeiro, funcionando em grande parte pela dinâmica do ótimo elenco. A sinergia entre os personagens melhorou naturalmente, eles parecem se encaixar de forma muito orgânica, cada um com suas peculiaridades e jeitos de encarar o mundo, um grupo carismático que consegue emplacar piadas totalmente inesperadas (que compensam alguns vácuos de piadas planejadas também, verdade seja dita). Destaque para as piadas bem escritas para o Drax do Dave Bautista, para o humor ácido do Rocket dublado por Bradley Cooper e o BabyGroot, que dá a leveza e facilita um contato mais infantil com o filme (venderá muitos bonecos, sem dúvida).

O “Ego” de Kurt Russel, pai de Peter Quill é uma das figuras centrais do filme, e as soluções visuais dadas aos personagem são excelentes. Em resumo, Ego é um planeta vivo, e essa era a dificuldade, representar visualmente essa figura, mas a criativa direção de arte resolve isso muito bem, assim como quase todas as soluções visuais do filme, que em nenhum momento passam pelo “trash”, apesar de toda a excentricidade do espaço criado . A relação entre Kurt Russel e Chris Pratt flui  e eles realmente parecem ter algum parentesco, o que nos leva a momentos impagáveis.

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A ação de Guardiões da Galáxia vol.2 é incrível, um filme de aventura clássico, com senso de perigo e saídas mirabolantes, repletas de efeitos visuais extremamente bem pensados, como nas batalhas de naves que lembram (propositalmente), os games de espaço em fliperamas, dos anos 80, simples e com uma noção de delocamente muito divertida. Aliás é das homenagens aos anos 80 que James Gunn tira novamente as melhores referências, com piadas pontuais, que mesmo se não entendidas num primeiro momento, se explicam ao longo do filme, como a obsessão de Peter Quill por David Hasselhoff (um famoso ator de Tv do anos 80), ou até mesmo a presença do mítico Sylvester Stallone como StarHawk, um personagem que aparentemente irá crescer no próximo filme (vamos falar mais disso num próximo post).

Mas obviamente que as grandes referências aos anos 80, vem do uso da trilha sonora, a já famosa “Awesome Mixtape #2”, que traz boas pinceladas como: Cat Stevens, Fleetwood Mac ou até Sam Cooke com seu clássico “Bring It On Home to Me”. No entanto, a utilização das canções nesse filme é mais tímida, não nos faz  ter aquela sensação inexplicável do primeiro, a de que a música perfeita  brotava na cena quase que magicamente.

Enfim, Guardiões da Galáxia vol.2 chega para mostrar que o time de heróis intergaláticos da Marvel pode andar com suas próprias pernas e histórias fechadas, de uma forma segura, já se apoiando na simpatia e boa vontade prévia de uma horda de fãs alimentados pelas novidades que Guardiões da Galáxia trouxe para o gênero de super heróis. OBS: O longa tem incríveis 5 cenas pós – créditos, então seja paciente no cinema, até porque elas não demoram. Confira nossa “Chuck Nota” e de Guardiões de Galáxia vol.2 logo abaixo.