Você pode até chegar animado para assistir “Correndo Atrás de Um Pai”, afinal, Owen Wilson (“Penetras Bons de Bico”) e Ed Helms (“Se Beber Não Case”), estão lá, e mesmo que se conteste alguns de seus filmes, eles sempre conseguem fazer rir. Mas essa esperança acaba com a primeira cena, que  vem, pasmem, como uma rodadíssima piada sobre exame de próstata.

No filme, quando descobrem que a mãe (Glenn Close) sempre mentiu para eles a respeito de seu pai biológico, os irmãos gêmeos Kyle (Owen Wilson) e Peter (Ed Helms), que não têm nada em comum, decidem cruzar os Estados Unidos em busca do genitor que tanto sonharam conhecer.

Partindo de uma premissa simples, o filme começa a falhar justamente em ter mais subtramas do que o necessário. O experiente diretor de fotografia, Lawrence Sher, comanda seu primeiro longa, e mostra muita dificuldades em organizar o confuso roteiro de Justin Malen (“A Última Ressaca do Ano”). Repleto de furos e com uma virada extrema para resolver a plot principal, o texto de Malen atira pela janela todas as melhores ideias, para jogar a responsabilidade da história literalmente no “universo”.

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O filme tenta, logicamente, brincar com uma série de situações bizarras, numa linha “Se Beber No Case”, mas sem o mesmo nível de criatividade ou qualidade de direção. Entre outras cenas, encontramos guerra de urina, comentários sobre o passado sexual da mãe e por a vai.

Owen Wilson, Ed Helms e o ex-atleta Terry BradShaw

Na busca pelo tal pai, os nomes do possíveis candidatos surgem quase misticamente, assim como os endereços para encontrá-los. Um dos melhores potenciais da comédia, seria explorar a relação dos irmãos e da família em si, algo que o filme prefere ignorar em pró de sequências como uma carona inexplicável, que leva a outro momento inexplicável, que ainda que proporcione algumas risadas, faz quase nenhum sentido para a trama.

Owen Wilson interpreta o mesmo personagem de sempre, o que não traz bons resultados por aqui, e o esforçado Ed Helms não consegue resolver os problemas de desenvolvimento do personagem, que tem que inclusive, explicar seu estilo de humor durante o filme. Glen Close tem um papel pequeno demais, enquanto atores como Christopher Walken (“O Franco Atirador”) ou J.K Simmons (“Whiplash”), são desperdiçados em piadas rápidas.

Enfim, todos os problemas de “Correndo Atrás de Um Pai” se resolveriam, se as piadas funcionassem para tirar algum riso, algo que acontece com o malfadado “Baywatch” (relembre a crítica), por exemplo, mas não é essa a moral da história. O que poderia ser uma boa comédia fraternal, acaba escorregando em suas pretensões e se torna um passatempo cansativo. Confira o trailer e nossa “Chuck Nota”, logo abaixo.