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Estréia: 21/04/2016

Milagres do Paraíso é baseado na história real com roteiro adaptado do livro “Three Miracles From Heaven“, escrito por Christy Beam, onde ela conta o acontecimento que mudou a vida da sua família.

Em Milagres do Paraíso, Annabel (filha de Christy) passou grande parte de sua infância sem poder levar uma vida normal, devido a um grave problema digestivo. Certo dia, quando tem a oportunidade de sair para brincar com suas irmãs,ela cai e bate com a cabeça em uma árvore. No entanto, ela não morre. Voltando a consciência, ela afirma ter visitado o paraíso para, em seguida, descobrir estar curada de sua doença crônica.

Para conversar sobre esse filme primeiro é preciso abrir a cabeça, quase uma ironia em se tratando de um filme com tanto cunho religioso. Acreditar ou não no “milagre” exaltado pela história não é o ponto, até porque é tarde demais para contestar, não? O ponto é como trazer à tona a magia e o encantamento que lhe faça ter vontade de acreditar .

O filme investe profundamente no melodrama com um briefing claro de arrancar lágrimas do espectadores, mas não é uma fórmula exata, tudo vai depender muito da bagagem emocional do público, com certeza o momentos mais mais tocantes serão para quem já presenciou doenças graves. O risco de se dar tanta abertura a um drama desse tipo é que, invariavelmente, a diretora mexicana Patricia Riggen (os 33), erra a mão e cai em alguns clichês ruins do gênero, tirando o peso da simplicidade de algumas cenas.

A dobradinha de mãe e filha com Jenifer Garner (Elektra) e a garotinha Kylie Rogers funciona bem. Jennifer oscila entre boas e singelas cenas e outras um pouco fora do tom, para mostrar o sofrimento da mãe, enquanto Kylie se coloca numa postura defensiva e incrédula que aumenta o sentimento de impotência diante dos percalços da vida. Esse núcleo principal funcionaria melhor se no lugar Martin Henderson (O Chamado) que interpreta o pai, tivessem escalado alguém que soubesse atuar . Vale destacar a ótima participação da Queen Latifah.

A trilha sonora sempre edificante causa certo conforto no espectador, tanto a incidental quanto a pop (se não sabe diferença explicamos aqui). A edição e montagem do filme lembram algo mais televisivo, bem compatível com o tipo de história que querem contar, dando até algumas pistas interessantes sobre os caminhos que o filme tomará ( isso pra quem não viu o inexplicável trailer de Milagres do Paraíso que entrega o resumo completo do filme).

Milagres do Paraíso também mostra como as vezes, como diria Lulu Santos é melhor não explicar tudo “deixo assim ficar subentendido”… O filme tem uma cena constrangedora de um possível paraíso para onde a garota teria ido, totalmente desnecessária, fora da linha que longa adota e, o que incomoda mais… mal feita…

Enfim, o longa tem uma interessante jogada (nos momentos finais), para justificar a marca “fatos reais” sem ofender os mais céticos. Apesar de ter pretensões doutrinadoras, os roteiristas também colocam elementos que fazem com que os tais milagres pareçam algo subjetivo, dependente do ponto de vista, no caso espectador x autora. Uma forma de arrendondar o longa sem forçar a barra com o espectador, um subtexto inteligente para dizer que você não precisa acreditar na religião para entender os milagres na vida dessa família, basta você acreditar que sempre que alguém faz algo de bom para outra, isso transforma os acontecimentos do mundo, ou seja, esse é o milagre, é disso que se trata o filme, pequenos milagres do dia -a – dia que culminam numa história bastante emotiva… Confira nossa Chuck Nota logo abaixo…

3 Norris