Estreando hoje e candidato forte na temporada de premiações, “Os Rejeitados” já é uma grata surpresa de 2024.

No filme, na data mais esperada do fim do ano, os alunos e professores do prestigiado internato Barton Academy se preparam para passar suas férias com as famílias e amigos. No entanto, um grupo conhecido como “Os Rejeitados” fica para trás, sem lugar ou pessoas para visitar. Paul Hunham (Paul Giamatti), um professor altamente isolado e rabugento é o responsável por cuidar dos estudantes que precisam ficar no colégio no feriado. Durante a tarefa, ele conhece melhor Angus (Dominic Sessa), um adolescente rebelde que está lidando de sua própria forma com a morte do pai.

Você pode ter imaginado histórias parecidas vindas de filmes como “Sociedade dos Poetas Mortos” e “Clube Dos Cinco”, mas, certamente, “Os Rejeitados” é brilhante em construir sua identidade em cima de uma humanidade extremamente honesta.

É um filme pequeno, contido dentro de seu próprio universo, com poucos cenários e, até por isso, uma história que facilmente te leva pelo braço para viver o momento com os personagens. Muitas vezes a câmera te coloca na mesma sala que as figuras, quase que sentado ao lado delas, curtindo ou sofrendo com eles.

Tudo isso é feito com muito bom humor, piadas cheias de ironia, que em nenhum momento tentam arrancar super gargalhadas, mas mesmo assim, conseguem alcançá-las, de forma muito natural.

O ótimo texto de David Hemingson ecoa pelo filme do começo ao fim, com diálogos tão tocantes quanto engraçados, que ajudam no desenvolvimento dos personagens.

São poucos personagens e você certamente vai sentir como se fossem seus amigos no final do filme. Sob a direção leve e inteligente de Alexander Payne, o destaque fica para o candidato ao Oscar, Paul Giamatti (Sideways – Entre Umas e Outras), que é sempre muito regular, mas aqui entrega seu melhor trabalho, um personagem com camadas divertidas e tristes, que inverte sua percepção ao longo do filme. Ao lado de Giamatti, vem Da’Vine Joy Randolph (“Meu Nome é Dolimite”), brilhante em cada cena, e para completar o excelente trio, o quase estreante Dominic Sessa, que rouba a cena e quebra os padrões da narrativa diversas vezes. Isso ajuda o roteiro a ir por caminhos inesperados, e fazer boas escolhas que mantém “Os Rejeitados” como um filme pé no chão, uma sessão inesperadamente divertida para quem procura algo longe dos Blockbuster mais megalomaníacos que têm dominado o cinema.