Estreando essa semana, A Lei da Noite dirigido por Ben Affleck e produzido por Leonardo di Caprio, é um projeto ambicioso e grandioso, principalmente se considerando o comportamento do público do cinema hoje em dia. O problema é que Ben Affleck escorrega em suas próprias pretensões de tentar entregar uma mistura de O Poderoso Chefão, Scarface (QUE VAI GANHAR UM REMAKE, CONFIRA AQUI) e Casa Blanca, e acaba mostrando um resultado confuso e abaixo das expectativas.

O filme é baseado no premiado romance “Os Filhos da Noite” de Dennis Lehane. A produção marca a segunda colaboração entre o escritor e o cineasta, ambos da cidade de Boston (EUA), depois do sucesso do elogiado “Medo da Verdade”.

No longa, o veterano da 1ª Guerra Mundial Joe Coughlin é um autoproclamado e convicto fora da lei, apesar de ser o filho do Superintendente da Polícia de Boston. Mas Joe não é de todo ruim; na verdade, ele não é mau o suficiente para a vida que escolheu. Ao contrário dos gângsteres com os quais se recusa a trabalhar, Joe tem um senso de justiça e um coração aberto, e ambos trabalham contra ele, deixando-o vulnerável muitas vezes – nos negócios e no amor.

Ben Affleck and Chriss Messina - Live By Night (A Lei da Noite)Partindo de uma interessante premissa (porém, não muito nova), de um gangster com senso de justiça, A Lei da Noite começa dando bons sinais, com uma fotografia sempre intrigante e cinematográfica, bem empregada pelo incontestavelmente bom diretor Ben Affleck. No entanto, o que se vê mais a frente é um filme arrastado que não se decide sobre qual história quer contar, são pelo menos quatro linhas em paralelo que acabam não se completando de uma forma orgânica e se tornam previsíveis em sua tentativa de combinação. Falta um foco ao filme, que aparentemente deveria ser a história de ascensão e divisão ética do personagem de Affleck, mas as “gorduras” impostas a história sufocam essa plot.

Reconhecendo que Ben Affleck é bom diretor, ele não estava muito inspirado na direção de elenco. Tirando o próprio Affleck, que de forma geral, tem atuações duvidosas (apesar dos últimos bons trabalhos), há um elenco de nomes em alta como Elle Fanning (Malévola), Sienna Miller (G.I Joe – A Origem da Cobra), Chris Cooper (A Identidade Bourne) e Zoe Saldana (Star Trek), mas todos parecem fora de tom, e nem sempre pra cima, na verdade, o elenco etá contido demais, entregando menos “explosão” do que algumas cenas exigem.

A reprodução de figurino é bem feita, mas pouco sútil. Em sua maioria exageradamente coloridos, deixam o longa com um ar desnecessariamente teatral.

Enfim, ainda que tenha cenas de ação bem arquitetadas e imprevisíveis, como a perseguição em carros de época, que é extremamente bem editada e com cortes inteligentes, A Lei da Noite está muio abaixo das intenções do próprio Ben Affleck e fica mais próximo dos recentes e esquecíveis filmes de máfia e gângsters  que tem inundado os cinemas nos últimos anos, mas que já não lembramos mais. Confira o trailer e nossa Chuck Nota logo abaixo…