Passaram-se 7 anos entre o lançamento do sucesso 300 e sua continuação, muita coisa mudou no cinema , inclusive a carreira de seus protagonistas, Gerard Butler, mergulhou em comédias românticas durante um tempo, Michael Fassbender se tornou um dos astros “cults” de Hollywood e Rodrigo Santoro ganhou mais oportunidades nos Estados Unidos , algo que não mudou foi aquela velha máxima…o original é sempre melhor…

O australiano Sullivan Stapleton vive o general Temístocles, uma lenda entre os atenienses ao liderar os exércitos gregos contra as tropas do imperador persa Dario. O filme o acompanha desde o primeiro confronto com os conquistadores do Oriente Médio até os eventos que aconteceram simultaneamente à defesa das Termópilas (a de 300) e alguns meses além. Assim, 300 – A Ascensão do Império conta uma história paralela, que começa antes e termina depois do longa original.
300 – A Ascensão do Império , leva a sério a premissa de transcorrer paralelamente ao primeiro filme e de forma desnecessária tenta fazer uma ponte entre os acontecimentos, nos levando a crer, que tanto o roteirista Zack Snyder, quanto o diretor Noam Murro não querem que você esqueça que aquilo é uma franquia, e que faz parte do filme que o público aprovou anos atrás. A questão crucial é que esta forma de conduzir o filme também nos leva as comparações , e quando elas começam , o novo filme da “franquia” vai empobrecendo,  um dos pontes fortes do primeiro filme era o carisma de Gerard Butler na pele do rei Leônidas e a virilidade do longa como um todo, que o fazia uma versão épica dos grandes clássicos de ação , com cenas estarrecedoras , frases de efeito, roteiro simples, contrastando com 300 – A Ascensão do Império, que traz como protagonista Temístocles um personagem que nem de longe emula a “macheza” de Leônidas, uma representação sincera da diferença entre os “guerreiros espartanos” e os “filósofos atenienses” (muito bem desenhada também por uma frase da rainha Gorgo) . A insistência de Temístocles em explicar seus comandos e deixar clara a obsessão por uma Grécia unida que incluísse os “rebeldes” espartanos é a prova do qual medroso é o roteiro que desperdiça uma oportunidade excelente de desenvolver Xerxes. O filme inicialmente seria baseado numa HQ com foco no rei  Xerxes, mas como Frank Miller nunca chegou a terminá-la os estúdios optaram por criar um novo argumento e partir dele, então se vê o nascimento do “Deus – Rei” , Xerxes , numa jornada de vingança e raiva, Rodrigo Santoro ainda sem todas as parafernálias de rei e suas motivações para uma transição tão brusca, o problema é que para por ai, Xerxes desaparece do filme e retorna em pequenas partes, extremamente mal aproveitado o personagem não se desenvolve , pelo contrário é ridicularizado e subjugado.

A troca de diretor também não foi bom negócio para franquia (Zack Snyder assina como produtor e roteirista) , Noam Murro  claramente tenta fazer com que a troca não seja percebida  , e exagera em reproduzir o visual de sucesso do primeiro longa, principalmente as câmeras lentas que acabam se tornando lugar comum de tão utilizadas, além da péssima fotografia das batalhas , desta vez a maior parte delas se passa no mar, e fica muito difícil entender os acontecimentos, qual o real tamanho da batalha e dos exércitos, a estratégia no mar, tudo é geograficamente bastante confuso e a  a escuridão das cenas piora o esclarecimento delas. Assistir em 3D não melhora a experiência do filme.

Para não dizer que só temos críticas , há algo de muito bom em 300 – A Ascensão do Império , Eva Green (Sombras da Noite) , a hipnotizante atriz, toma o filme para si, com uma personagem mais desenvolvida (ponto para o roteiro) e de motivações claras, suas cenas são as mais interessantes e ainda por cima demonstra certa virilidade que nenhum personagem masculino consegue mostrar, até mesmo na cena de sexo , que o filme faz o favor de não deixar se desenrolar apropriadamente.
Enfim , 300 – A Ascensão do Império , inicialmente , tem lampejos de que será um bom filme, mas acaba passando bem distante da aventura que Leônidas protagonizou anos atrás.

 



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