Getúlio estréia na linha que virou especialidade do cinema nacional, as biografias, mas “homenageando” uma figura política desta vez, como anos atrás aconteceu com o ex-presidente Lula. Porém, em Getúlio, há menos interesse na história do político como um todo e mais foco num momento especifico de sua vida…

O longa refaz os últimos dias do ex-presidente da República. A intimidade de Getúlio Vargas (Tony Ramos), então presidente do Brasil, em seus 19 últimos dias de vida. Pressionado por uma crise política sem precedentes, em decorrência das acusações de que teria ordenado o atentado contra o jornalista Carlos Lacerda (Alexandre Borges), ele avalia os riscos existentes até tomar a decisão de se suicidar.
Getúlio é na verdade um drama que elabora sua narrativa explanando sobre a “solidão” que o poder traz a quem o possui e trabalha as desilusões de um ser humano ao entender que ter muitas pessoas aos seu redor não quer dizer ter muitos amigos. O ex-presidente é retratado como um homem tomado pelo medo, por pensamentos e sombras do passado que confundem sua cabeça até o último momento, o de tomar a decisão derradeira.
O roteiro trata de mostrar aos poucos o clima de desconfiança e tensão que cercava o político na época. A intervenção do exército parece iminente durante boa parte do filme. Apesar de exagerar na tentativa de transformar Getúlio Vargas num mártir da democracia, o longa dirigido por João Jardim consegue expor com clareza o peso de carregar um cargo tão importante quanto o de presidente da república, e humaniza ao máximo a figura central, que se mostra em total declínio psicológico no decorrer de seus últimos dias.

É importante destacar que Getúlio busca se distanciar do padrão televisivo que permeia o cinema nacional, e isso é fator bastante positivo para sua narrativa já redonda e bem estruturada. Também merece destaque a competência habitual de Tony Ramos, uma das grandes lendas do meio artístico brasileiro, ele mostra um trabalho irretocável de interpretação, com um elemento curioso, em nenhum momento a produção ou o próprio Tony fazem um esforço “holywoodiano” para fazê-lo parecer fisicamente com o ex-presidente, é quase uma “licença poética visual”, que de forma alguma, prejudica a experiência proporcionada pelo longa.
Enfim, esta é uma boa produção nacional, que serve tanto para se aprofundar na história do Brasil e entender algumas “pontas de icebergs” que nos levaram a situação atual, quanto compreender melhor o homem por trás do poder. É um filme como Lincoln, você sabe o final, mas torce para que não aconteça, pois o envolvimento com o mesmo, torna seu final ainda mais triste. Com certeza vale dar uma olhada…Veja nossa “Chuck Nota” logo abaixo…

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