Então chegou o momento que todos por aqui esperávamos, estreou Os Mercenários 3. A continuação da divertida franquia que já fez história ao reunir verdadeiras lendas dos anos 80 e 90 num só filme. Pois, nesse terceiro longa a fórmula é a mesma, são introduzidos novos personagens, um vilão com potencial para ser o melhor da franquia e tudo começa bem, até que algumas ideias não tão bem executadas começam a minar o entretenimento da nossa reunião de heróis favorita…

Em Os Mercenários 3, Barney
(Stallone), Christmas (Statham) e o resto do grupo ficam cara a cara com Conrad Stonebanks (Gibson) que junto com Barney criou o grupo Os Mercenários anos atrás. Stonebanks se tornou um vendedor de armas impiedoso e alguém que Barney foi forçado a matar, ou pelo menos foi o que ele pensou. Stonebanks, que já havia enganado a morte antes, tem agora a missão de acabar com Os Mercenários, mas Barney tem outros planos. Barney decide que para combater veteranos ele precisa de sangue novo e dá início a uma era de novos membros no grupo dos Mercenários contratando integrantes mais novos, mais ágeis e que dominam tecnologia. A nova missão se torna um embate entre o estilo clássico contra peritos em tecnologia, na batalha mais pessoal do grupo.
Logo de início, como de costume, somos inseridos direto numa grandiosa cena de ação. A cena do trem largamente apresentada dos trailers é, de fato, excelente, bem executada, utiliza de forma inteligente o cenário e as habilidades do atores (ou dublês) e Wesley Snipes consegue roubar a cena nesses primeiros instantes.
O diretor Patrick Hughes faz um trabalho tecnicamente melhor que seu antecessor Simon West, usando algumas tomadas de câmera criativas, que as vezes lembram um velho oeste, com panoramas tranquilos antes da ação e em determinados momentos lembra também aqueles vídeos de apresentação do games, mas vistos através de frestas ou uma interessante visão rasteira. De forma geral as cenas de ação são comandadas com competência, dessa vez com um pouco menos de efeitos práticos que são a marca da série, e vale citar que quando os efeitos vem totalmente em C.G.I estão muito ruins, chegando a causar vergonha na cena da explosão de um helicóptero, mas as sequencias de luta são bem coreografadas e há uma transição de qualidade dessas lutas para os combates armados.

É um filme bem mais sério que Os Mercenários 2, mas não abandona as piadas internas, com destaque para a brincadeira com a prisão de Wesley Snipes (bastante óbvia na cena de abertura), já que Snipes literalmente saiu da prisão para o filme. A ausência polêmica de Bruce Willis também vira motivo para algumas piadas, além da menção a outra frase clássica de Arnold Schwarzenegger, “Get to the Choppa”, com certeza menos conhecida que o “Ill be back” do filme anterior, mas levará os mais fanáticos ao delírio (a frase é do filme O Predador e ficou famosa pelo forte sotaque de Arnold).
Saindo desses bons momentos pontuais do longa, temos que partir para uma honestidade dolorosa para este fã de ação que vos escreve, o filme oscila muito.
Apesar de relativamente longo, Os Mercenários 3, peca por tratar alguns acontecimentos de forma corrida demais. Tudo começa num leve arco dramático, pouco justificado no contexto, que serve para inserir uma nova equipe – com uma falta de carisma assustadora – . A intenção é muito clara, dar motivações ao confronto final do filme, porém, o grande “estopim de raiva” já havia acontecido logo na segunda sequencia de ação  e ficou a impressão de que os roteiristas tiveram medo de dar uma solução  tão parecida com a de Os Mercenários 2. Da nova equipe se salvam apenas as cenas de luta de Ronda Rousey muito parecidas com a da Viúva Negra da Marvel, mas quando não está lutando a moça é tão apagada quanto o restante do grupo formado por Kellan Lutz,Victor Ortiz e Glen Powel.
Essa ideia de inserir uma equipe jovem para causar o contraponto do tradicional com a tecnologia dava sinais de ter sido interessante, no entanto, a plot é pouco utilizada e acaba virando uma ou duas piadas isoladas. Pouco utilizados também são os atores do elenco, que sofrem com o excesso de nomes mais do que em qualquer outro filme da franquia (como havia reclamado Jackie Chan), principalmente por causa do tempo gasto com a nova equipe. Temos uma excelente entrada de Wesley Snipes no grupo, com foco nas duas primeiras cenas para depois sumir vertiginosamente, assim como o ótimo Galgo de Antonio Banderas, que surge como um alívio cômico certeiro dentro da história, mas também desaparece durante boa parte do filme. A participação mais enxuta de Harrison Ford já era esperada e aparentemente foi gravada quase toda em estúdio, enquanto Arnold Schwarzenegger faz aparições em momentos críticos, Jet Li é praticamente uma participação especial e deve ter feito seu último filme na franquia (caso continue). O elenco tradicional é lamentavelmente ignorado durante todo o miolo do longa, falta o espaço para o humor negro do Gunnar de Dolph Lundgren e as lutas sempre impressionantes de Jason Statham, que aqui ainda ganha uma cena de “consolação” num confronto meio improvisado para mostrar suas habilidades.
Deixei para falar do Mel Gibson no final, porque, num filme onde o elenco é sempre mais chamativo que o próprio roteiro, a entrada de Mel Gibson como vilão causou muita expectativa. No entanto, O Stonebanks de Mel Gibson tem poucas atitudes vilanescas dignas de despertar aversão do público – ao contrário do Vilain de Van Damme no segundo filme – o próprio passado de rivalidade e raiva entre Barney e Stonebanks fica muito vaga para que se entenda o ódio atual antigos parceiros, e a cena de luta final que deveria ser o clímax também deixa a desejar ( pelos mesmos motivos que a de Stallone e Van Damme em Os Mercenários 2 ) . Talvez fosse necessário montar um time de vilões, porque tantos nomes no elenco e só o Mel Gibson de peso no lado mal desequilibra demais a balança.
Enfim, Os Mercenários 3 pode ser considerado o menos divertido da trilogia, mas ainda assim entrega um bom “entretenimento pipocão”, com atores de boa presença de cena. Mas, se continuar, talvez seja hora dos produtores repensarem um pouco a franquia, fazer roteiros antes de chamar os atores – e não o contrário como tem sido feito – para que volte ao conceito original simplificado de filme dos anos 80 nos anos 2000 e não se torne um filme dos anos 2000 com atores dos anos 80…Veja a Chuck Nota logo abaixo…

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