Hás meses recebo pedidos para comentar sobre esse filme, que é um pouco desconhecido do grande público, mas um grande sucesso entre os fãs de ação. Antes de falar sobre Operação Invasão 2 (The Raid 2: Berandal), vamos entender resumidamente dá onde surgiu esse fenômeno de home-vídeo. Lançando no Brasil como Operação Invasão, o filme The Raid veio da Indonésia, um mercado de pouca tradição no cinema e, até mesmo por isso, causou surpresa no mundo inteiro pela qualidade da produção …

Na história original uma tropa de elite da policia invade uma edifício de 30 andares para uma operação da qual eles tem poucos detalhes, logo descobrem que é uma armadilha e são cercados por uma centena de bandidos que moram no prédio, começando assim, uma sangrenta batalha para escapar do lugar.
Para não fazer uma crítica dentro de outra, vou apenas dizer que Operação Invasão (The Raid) é espetacular, um filme de ação no verdadeiro sentido da palavra, uma produção digna de Hollywood, tão digna e repercutida que, como noticiamos semana passada, o longa ganhará uma versão americana.
Dito isso, caso nunca tenha visto o filme, já recomendo que o faça o mais rápido possível. Agora vamos ao tema desta crítica, a continuação.
Em Operação Invasão 2, a história começa 2 horas depois do término do primeiro filme e, temos o retorno do personagem Rama, policial sobrevivente do massacre da história anterior. Ele recebe a missão de ir para a cadeia se aproximar do filho de um super gangster e, aproveitar para deixar a poeira baixar e os vilões do primeiro filme pensarem que ele morreu junto com os outros policiais.

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O curioso é que o roteiro deste longa foi escrito primeiro, mas como o diretor não conseguiu financiamento, acabou criando uma história mais barata de se filmar e que pudesse se encaixar nesse contexto (história esta que seria basicamente copiada pelo filme Dredd um ano depois).
Gareth Evans volta a direção com uma batuta primorosa, os pontos que mais chamavam a atenção no primeiro filme eram a fotografia criativa, câmeras inusitadas, belíssimos planos abertos e tudo isso é multiplicado em Operação Invasão 2, claro que muito pelo sucesso do primeiro que aumentou o orçamento deste segundo, mas pode-se perceber a engenhosidade que muitos diretores de Hollywood com milhões jamais terão.
Independente das lutas, artisticamente Operação Invasão 2 tem algumas cenas de enlouquecer. Destaco três que me vem a cabeça de bate pronto, as duas lutas coletivas na prisão, que são de arrepiar, uma delas com uma lindíssima fotografia num plano aberto, em meio a lama e sangue. A outra, uma cena de luta com o personagem Prakoso, que termina com uma espada atravessando o adversário frente a uma cerca, que revela uma fresta dá onde se pode ver  fim da ação, algo de uma criatividade inacreditável.

As coreografias continuam bastante competentes em sua mistura de lutas, com ênfase no Silat, luta típica da região, plasticamente impressionante, há muito tempo não via algo tão brilhante em termos  luta nos cinemas. O filme mantem a mesma base do primeiro, deixar o Rama no sufoco, é desse principio que parte o roteiro, agora com mais espaço, mas a graça ainda é ver Rama tentando sair da teia de conspirações que foi inserido, outra preciosidade deste longa é o estilo “fases de game” que ele segue. Para o personagem Rama, interpretado por Iko Uwais, a dificuldade aumenta a cada minuto que se passa, tendo de encarar vilões estilosos, como uma assassina que usa martelos e outro que só usa um taco de baseball e uma bola de metal, até chegar na magnifica luta numa cozinha (que temos de convir, não entendemos da onde surge).
Iko Uwais, é um nome que Hollywood deveria prestar atenção daqui pra frente. O ator é um exímio lutador, sabe dar seu show e tem um carisma muito próprio, poderia ser encaixado mais facilmente em produções norte – americanas do que o próprio Tony Jaa, que ainda batalha seu espaço por lá, com a vantagem de que Iko Uwais carrega consigo algum talento para o drama (mesmo pouco explorado no filme).
Enfim, o que incomoda no filme é que não há um climax, aquela parte que você realmente espera chegar, aquele momento que você não pode piscar. Muitos dirão ter visto vários destes momentos e, é justamente nisso que mora o problema, o filme está no máximo o tempo todo, todas as lutas são longas e grandiosas, com muita gente, pancadaria, sangue e etc, não há tempo para respirar e assimilar, as vezes você vai olhar para o lado e de repente começa outra luta tão puxada quanto a anterior, por causa disso ao invés de esperar pela luta final, quando ela chega você já não espera nada de diferente. A última cena de Operação Invasão 2 é a representação perfeita disso, um Rama totalmente esgotado, dizendo “estou cansado”, é quase como mandar um recado para o bom diretor Gareth Evans de que “ainda é muito legal, mas se usar demais desgasta”…

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