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Doze anos depois, a heroína urbana mais improvável, retorna aos cinemas acompanhando o crescimento de seu público e tendo de lidar ainda com suas expectativas e insucessos dos pós 40.

Estável no emprego como produtora de TV, Bridget Jones (Renée Zellweger) continua solteira. Depois de aceitar o convite de uma amiga do trabalho para ir a um festival de música pop, lá ela acaba “acidentalmente” dormindo com o desconhecido e sedutor Jack Qwant (Patrick Dempsey). Mas ela não é mais a mesma neurótica e nem se preocupa com o paradeiro do moço. Pouco depois, em um batizado, a verborrágica inglesa reencontra Mark (Colin Firth), seu amor do passado. E eles acabam… dormindo juntos. Mais algumas semanas se passam, e Bridget se encontra grávida. E, sem ter certeza de quem é o pai da criança, adia a “revelação”, enquanto ambos acreditam ser o verdadeiro pai do bebê de Bridget Jones.

A falta de maturidade da “madura” Bridget Jones é um dos maiores acertos do longa. Bridget continua tendo problemas para tomar decisões, ou lidar com elas e, principalmente, em controlar sua língua.

A primeira aparição de Bridget é um choque, isso porque demoramos um pouco a entender quem é aquela que está no sofá. Digamos que Renée Zellweger andou frequentando mais as clinicas de cirurgia plástica, do que os sets de filmagem nesses anos de descanso de sua personagem mais famosa. Sentimos falta também daquela insegurança que Bridget carregava naturalmente, fosse pelo peso ou sua incorrigível ciumeira. A veterana Renée está em plena forma, e a personagem esbanja confiança, apesar de ainda se lamentar constantemente pela solteirisse. Hugh Grant que não aceitou voltar ao personagem Daniel Cleaver, tem sua ausência resolvida da forma mais prática logo na primeira cena. Cena esta, que aproveita para reapresentar o famoso sarcasmo de Bridget Jones.

O elenco principal passeia pelo roteiro com muita naturalidade. Esqueça a aparência diferente e note que Renée Zellweger ainda domina a personagem em todos os seus aspectos, Colin Firth também reencontra o tom do seu “chato”, mr Darcy e o estreante Patrick Dempsey (série Plantão Médico), mostra o carisma que conhecemos desde o clássico Sessão da Tarde, Namorada de Aluguel. Para fechar, ainda temos uma típica representante do humor britânico, Emma Thompson, praticamente com pequenas e ótimas esquetes ao longo do filme.

Esse humor tipicamente britânico (sarcástico e contido), rende sequências hilárias, como as cenas finais, que contam principalmente com uma impagável chegada de Bridget ao hospital. Boa parte do mérito é da boa direção de atores da diretora Sharon Maguire, que retorna a franquia depois de ter ficado fora do segundo filme. Ela executa aqui, uma tentativa muito mais redonda de mostrar a nova fase da personagem do que o viajante e irregular Bridget Jones: No Limite da Razão.

Para ser mais exato, o único estilo que falta nesse núcleo principal é o tipo que Hugh Grant interpretava, já que os candidatos a namorados de Bridget dessa vez são boas escolhas inegavelmente. Bons moços, que as vezes tornam a plot um pouco reta demais.

A saga continua apostando muito na conquista através da música, usa com competência o pop moderno, mas ainda não chega perto de causar as sensações musicais que o primeiro filme, repleto de clássicos dos anos 70 e 80 causava.

Algumas tentativas de fazer a interação da personagem com o mundo moderno também não funcionam. Uma delas é a inserção de uma chefe “Hipster”, mal elaborada e mal trabalhada que acabou ficando mais caricata do que deveria (pelo menos é o que imaginamos), e não cumpre o papel de deslocar a quarentona Bridget Jones.

Enfim, em O Bebê de Bridget Jones deixa aquela sensação de que a “Bridget complicou tudo de novo”, e assim remete muito ao ótimo primeiro filme, mostrando que o longa fincou os pés no lugar certo. A formalidade do final decepciona os que esperavam um desfecho mais caótico para a caótica Bridget Jones, mas vai agradar quem simplesmente queria ver Bridget ter seu tão idealizado final feliz… Confira nossa Chuck Nota logo abaixo…

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