Um Grito de Liberdade 05

Num pequeno vilarejo da Turquia, uma mãe tenta a todo custo dar uma vida melhor para a filha que se envergonha de suas origens. Com o passar do tempo a menina Nazli consegue se mudar para a capital e sua relação com a família fica ainda mais difícil.

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Uma das motivações mais interessantes para se assistir filmes de países dos quais temos menos acesso, é conhecer mais afundo as diferentes culturas e formas de contar histórias. A primeira grande surpresa aqui, é notar que trata-se de um enredo bastante adaptável para a nossa própria cultura. O velho sonho do jovem do interior de vencer na capital (e por vezes) deixar de lado as raízes é bastante comum, ainda que nem sempre tão honesto com os esforços para sua criação. Em “Um Grito de Liberdade” essa relação de “ingratidão” é acompanhada com certa dor, propositalmente construída desde o início.

Para alcançar esse sentimento de empatia com a mãe a trama já começa bastante expositiva e insistente em mostrar a “vergonha” sentida pela jovem Nazli, já que ela tem falas bastante literais. Também há um certo exagero no uso de trilha sonora para dar essa carga dramática. O artifício é usado a exaustão no primeiro ato do filme, uma cena atrás da outra. Através de alguns excessos sentimentais, certamente o objetivo inicial é alcançado e começamos a ficar curiosos e empáticos com os personagens.

Muito disso se deve a excelente atriz Sumru Yavrucuk, que interpreta a mãe humilde e visceralmente emocional; o “embate” também encontra um bom oposto na jovem Özge Gürel, que rapidamente nos faz criar certa antipatia por suas atitudes (rs).

Há um processo de redenção interessante (e forte), numa tentativa de dar o ar realista que essa história por natureza já tem. As viradas ainda que rápidas, representam bem os “tombos” que se costuma levar nas relações familiares e da vida em geral.

Sente-se falta de um pouco de criatividade técnica para fazer tudo mais cinematográfico. Escolhas de fotografia, principalmente, menos burocráticas, que talvez servissem melhor ao enredo.

Enfim, “Um Grito de Liberdade” tem um foco muito claro, e não deixa que ele se desvie nem por um minuto, algo que sem dúvida é uma qualidade. A trama é lógica, e o diretor Mustafa Kotan, age em terreno seguro para entregar o que a história promete; um drama agudo, com tons novelescos e igualmente capaz de prender a atenção.

Nossa “Chuck Nota” …

Chuck Nota 3 Um Grito de Liberdade

O Filme está disponível no site: https://www.cinemavirtual.com.br/