Em “Velozes e Furiosos 9”, após descobrir que tem um filho, Toretto reduziu o ritmo de vida ao lado de Letty (Michelle Rodriguez). Mas não é fácil viver o presente quando o passado está em sua direção. E é o que acontece quando Dom reencontra seu irmão Jacob Toretto (John Cena), que é estimulado por Cypher (Charlize Theron). Então, Dom reúne sua clássica equipe para tentar impedir o irmão.

Vinte anos depois, chegamos ao nono filme da franquia (décimo se contar Hobbs e Shaw), num momento totalmente diferente daquele filme de nicho, para um público fanático por carros e hip hop, no início dos anos 2000.

Dominic e Jacob Toretto (Vin Diesel e John Cena)

Nesse “Velozes e Furiosos 9”, conhecemos mais a fundo o passado da família Toretto, que já teve pinceladas anteriormente, mas dessa vez ganha uma luz diferente através dos flashbacks. Optando por reescalar atores ao invés de rejuvenescer Vin Diesel e John Cena, certamente essa visita ao passado do personagem é um dos grandes acertos do filme. 

Com o tempo de franquia, Velozes e Furiosos já ganhou o direito e a facilidade de se auto referenciar. São tantos longas que atualmente é como assistir um universo compartilhado, e esses momentos de referência sempre ajudam o público a se reconectar com a “família”, independentemente da ‘loucura”  diferente que esteja acontecendo em tela.

Retorna boa parte da equipe já conhecida, com exceção de Hobbs (Dwayne Johnson) e Shaw (Jason Statham), e para tentar equilibrar essas ausências, temos a entrada de John Cena (“Bumblebee”) e o inesperado retorno de Sung Kang como o ex-falecido, Han.

Alguns dos problemas do filme começam por ai, John Cena como o irmão caçula de Toretto, nem de longe entrega o carisma que é o ponto forte de parte do elenco da franquia. Com um personagem forçosamente frustrado e sério, fica difícil para John Cena, vindo de uma escola mais canastrona de artistas da W.W.E, entregar um figura realmente interessante para o filme. Por outro lado, Sung Kang tem seu valor, e sempre esteve muito bem na franquia como Han, porém, seu retorno mostra a completa falta de consequências de tudo que acontece nos filmes e o pior, sem uma justificativa de roteiro minimante bem construída para justificar esse reaparecimento. Nesse caso, também é uma borracha quase que completa em “Velozes e Furiosos 7” (um dos bons filmes da franquia).

Como já comentei por aqui antes, assistir Velozes e Furiosos é um exercício de entretenimento e de descrença. Não cabe ficar reclamando sobre o que a franquia se tornou depois do terceiro filme, porém, cabe sim pensar nos limites dessa brincadeira.

Um diálogo do Roman Pierce (Tyrese Gibson), deixa isso bastante claro, quando o personagem começa a se perguntar se ele tem algum tipo de super poder. 

Velozes e Espaciais…

Há uma excelente entrega nas cenas de ação, são criativas, bem produzidas, apesar de cada vez com menos efeitos práticos, o que lhes falta mesmo é uma coisa importante para o cinema de ação, o senso de urgência.

Em suma, é mais fácil sentir medo da morte em filme de super – heróis, do que em Velozes e Furiosos, simplesmente nada acontece, nem um arranhão para servir de história, como o próprio Roman raciocina. Considerando que ainda estamos num universo que mantém o pés um pouquinho no chão (sim, mesmo com a viagem ao espaço), talvez a franquia tenha encontrado seu limite.

Enfim, “Velozes e Furiosos 9”, chega para ser uma grande opção de escapismo para um público ávido por fugir da realidade atual, e nesse quesito ele deve funcionar bem. É importante pensar que essa franquia tem pelo menos mais dois filmes confirmados, fora os spin-offs, só é preciso ver como o público vai comprar essa linha final da franquia…

Ps: O filme tem uma cena pós créditos (efetivamente, no meio dos créditos).