Lançamento para o período de Dia das Crianças aborda desmatamento
Ainbo é a história de uma jovem garota que nasceu e cresceu nas profundezas selva da Amazônia na aldeia de Candamo. Um dia ela descobre que sua terra natal está sendo ameaçada e percebe que há outros humanos além de seu povo no mundo. Usando a ajuda de seus guias espirituais, o tatu magricelo “Dillo” e a anta corpulenta “Vaca”, ela embarca em uma jornada para buscar a ajuda do mais poderoso Espírito Materno da Amazônia, a tartaruga “Motelo Mama”. Enquanto ela luta para salvar seu paraíso contra a ganância e exploração ilegal da mineração de ouro, ela também briga para reverter a destruição e o mal iminente do “Yacaruna”, o demônio mais sombrio que vive na Amazônia.
Vindo de uma parceria do Peru com a Holanda, “Ainbo: A Guerreira da Amazônia”, é um dos raros filmes infantis a se arriscar nas ricas e mal exploradas histórias da floresta amazônica. Talvez por sua essência latina, ainda exista certa resistência dos grandes estúdios globais em abordar a floresta como foco para crianças.
Com a saída de alguns grandes concorrentes (“Hotel Transilvânia 4”, “Poderoso Chefinho 2” e etc), o filme surge como o único lançamento infantil para o período do Dia da Crianças, uma “vantagem” que pode beneficiar um filme que é bem intencionado, mas não inesquecível.
Com um roteiro um pouco apressado, temos a impressão de já ter caído abruptamente na metade do longa, o filme falha em nos envolver naquele mundo antes da história acontecer efetivamente. Quando a trama começa a se desenrolar também entendemos que ” Ainbo: A Guerreira da Amazônia”, pretende se levar um pouco mais a sério do que parece inicialmente. Sempre muito “sisudo” e com poucas tentativas de piadas, Ainbo faz uma escolha menos leve pra abordar a preservação ambiental.
O elemento que mais deve interessar as crianças é o design dos personagens, que espertamente pega as melhores referências disponíveis. Existe claramente uma dupla “Timão e Pumba” (Rei Leão), uma aldeia inspirada em Moana, e todo um mundo mágico que, dentro de sua mitologia, está inspirado em Frozen.
A riqueza dessas lendas amazônicas também pode ser outra atração na animação, ainda que pelo início sem uma preparação de universo adequada, essas lendas pareçam mais soltas ao longo do filme e diminua um pouco o potencial de experiência que grandes referências como Frozen e Moana oferecem.
A mensagem sobre preservação ambiental certamente é entregue, crianças e adultos, à sua maneira, poderão fazer sua reflexão, ainda que isso pudesse acontecer de uma forma um pouco mais divertida e fluída.