Nesse filme uma mãe solteira e seus dois filhos se mudam para uma cidade fantasma e descobrem que eles têm uma conexão com os caça-fantasmas originais e um legado para manter.

Nessa segunda tentativa de reiniciar a franquia nos apresentam uma nova equipe com o objetivo de fazer a já aguardada passagem de bastão.

Desde o início, o filme deixa muito claro que apesar de ter uma enxurrada de “easter eggs” e referências aos filmes originais, ele não pretende ficar no passado com eles. 

Um dos acertos desse longa, ao contrário do anterior (“Caça-Fantasmas” – 2016), é que ele é respeitoso, não finge que os filmes anteriores não existem (colocando Bill Murray para viver um taxista aleatório, por exemplo).

“Ghostbusters – Mais Além”, faz uma apresentação sucinta e direta sobre os filmes anteriores através de referências bem contextualizadas. Um trabalho que se faz necessário para o novo público que o filme pretende alcançar e mesmo assim, surpreendente com equilíbrio entre nostalgia e novidade.

Os efeitos visuais são uma boa prova de que a franquia quer manter uma certa essência. O visual é competente, mas evita ser extremamente moderno, o tempo todo se brinca com a imagem dos fantasmas trazidos dos anos 80, isso quando não evocam os efeitos práticos através da maquiagem.

O novo elenco é bastante carismático. Não há como fugir da referência das aventuras infanto-juvenis de “Stranger Things”, mas também seria de uma grande má vontade dizer que os novos Caça-Fantasmas não tem uma personalidade própria e brilhante.

Destaque para a efetiva protagonista desse filme, Phoebe, vivida pela Mckenna Grace (“Eu,Tonia”), que nos traz para sua aventura rapidamente, e nos faz comprar uma agradável mistura de “personalidades Nerd”, que causará identificação para os mais novos e nostalgia para os mais velhos.

A direção fica a cargo de Jason Reitman (“Obrigado por Fumar”), que fez questão de dizer que seu pai, o lendário Ivan Reitman, esteve ao seu lado durante toda a produção. É um fato, independentemente do motivo, que Jason emula o estilo de direção de seu pai, com momentos de forte impacto sempre carregados da leveza característica do ícone dos anos 80. Na posse de um material rico em criatividade e aliado a um roteiro que constrói um tipo de “RPG” costurando da forma mais simples possível esse terceiro filme aos anteriores, Jason Reitman deixa a franquia seguir com suas próprias pernas e só vai fazendo pequenos ajustes para que ela não fuja do controle.

Mckenna Grace como Phoebe

E você, fã nostálgico, fique tranquilo. Como já haviam anunciado, os Caça-Fantasmas originais dão as caras no filme. Sem grandes detalhes, para evitar spoilers… Venkman (Bill Murray), Raymond (Dan Aykroyd) e Winston (Ernie Hudson), surgem em ação e prometem continuar orbitando o mundo dos jovens caçadores de assombrações. Há também uma interessante homenagem ao quarto integrante, Dr Egon, do já falecido Harold Ramis, que na verdade é dissolvida durante o filme inteiro e está completamente integrada a plot principal.

Ainda que não traga grandes novidades e apresente uma ameaça final um tanto descaracterizada, “Ghostbusters – Mais Além” é um filme para resgatar a diversão descompromissada de ir ao cinema, um filme seguro, exatamente o que as pessoas esperam de uma franquia desse tamanho.

Ps: O filme tem duas cenas pós-créditos (uma no final de tudo mesmo…)