Situado quatro anos após o antecessor, “A Freira 2”, o filme mostra que a vida em um internato na França é ameaçada por aparições bizarras de uma freira demoníaca. A Irmã Irene (Taissa Farmiga), então, é chamada para investigar o caso, visto que foi a responsável por derrotar o demônio Valak no passado.
Sequência direta de um primeiro filme honesto que sofreu com críticas exageradas. A proposta era aproveitar a interessante imagem da freira demoníaca que tomou conta do imaginário dos fãs de terror, e, isso ele entrega. Não por acaso, se tornou a maior bilheteria mundial da franquia.
“A Freira 2” precisa aproveitar um vão entre o primeiro filme e “Invocação do Mal 2”, para contar uma nova história. Para isso conta com a direção de Michael Chaves (“A maldição da Chorona”), que se mostra um pouco tímido com a missão que lhe foi dada e prefere fazer um jogo seguro.
Ao dividir a atenção entre as freiras “detetives” e o morno personagem “Maurice”, o filme explora menos sua premissa mais interessante. A Trama de Maurice é necessária, mas não necessariamente interessante.
Thayssa Farmiga tem ótimos momentos como a irmã Irene, provando que não é só a irmã mais nova de Vera Farmiga (atriz principal da franquia “Invocação do Mal”). Thayssa chama o filme pra ela toda vez que está em cena.
A vontade de sempre fazer a franquia crescer, traz algumas boas ideias ao filme e alcança uma mistura inesperada de aventura (ao estilo caçada de artefato), com as bizarrices da franquia.
Existem algumas sequências brilhantes de fotografia, como a bela cena dentro de uma igreja onde um padre é incendiando enquanto se posiciona como se estivesse numa cruz. É uma imagem forte e extremamente cinematográfica, que coloca luz em um bom trabalho de efeitos visuais do filme. Trabalho esse que tem melhorado a cada capitulo da franquia. Outro ponto importante para se destacar é a maquiagem, que também faz muita diferença.
As raras aparições da entidade Valak vestida de freira são sempre interessantes, pena que são realmente muito reduzidas em relação ao primeiro filme, relegada as sombras, literalmente, enquanto o filme poderia abraçar a figura com mais força e jogar o “profano” no colo do espectador. Por outro lado, as poucas aparições da entidade contribuem para uma construção de suspense, importante para o longa.
Há um certo abuso de jump scare que pode tornar o filme mais previsível do que o necessário, nada que vá incomodar quem é fã da franquia e, é nele, no fã da franquia, que esse filme foca.
Enfim, o filme faz a esperada ponte que vai direto ao centro da franquia “Invocação do Mal”, e trata de manter o fã ainda aquecido para outras continuações.