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Star Wars chega com seu mais novo prelúdio, agora focado em um dos personagens mais icônicos da saga. O filme apresenta as aventuras do emblemático mercenário Han Solo (Alden Ehrenreich) e seu fiel escudeiro Chewbacca (Joonas Suotamo) antes dos eventos retratados em “Star Wars: Uma Nova Esperança”, inclusive com o primeiro encontro com Lando (vivido por Donald Glover).

“Han Solo: Uma História Star Wars”, tem um início bastante arrastado e monótono, não muito promissor para um longa que se vende como aventura, mas melhora consideravelmente a partir do segundo ato, encontrando um tom mais homogêneo (é bom lembrar que o filme sofreu com mudanças de diretores no meio do caminho).

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O filme é desprendido, logicamente, quem conhece a saga poderá aproveitar melhor algumas participações e easter eggs, mas quem não conhece Star Wars também conseguirá assistir tranquilamente. Para quem é “fã e quer service”, existem muitos deles, inclusive, algumas cenas foram escritas claramente para entregar esses momentos.

Se algumas pessoas esperavam que esse novo longa viesse de encontro com o tom encontrado em “Guardiões da Galáxia” da Marvel, a Disney tratou de afastar qualquer comparação, nisso não há do que reclamar, o filme tem cara de Star Wars, com paletas de cores um pouco mais escuras e um visual envelhecido, “realista”, que traz um contraste especial para a tecnologia espacial, sempre cheia de criatividade da saga de George Lucas.

Han Solo e Chewbacca
As novas versões de Han Solo e chewbacca

A ação é quase ininterrupta, alucinante, mas excede em quantidade, chega um momento em que se vê tantas batalhas acontecendo que elas perdem o peso e você simplesmente “assiste”…, o que não quer dizer que não sejam bem feitas. O filme usa com facilidade os conceitos de batalha espacial e movimentação das naves para te dar uma sensação de estar dentro da ação, ao lado de Han Solo quase o tempo todo. Não há cenas grandiosas, mas como num vídeo game, o espectador vai acumulando imersão em diferentes fases do filme. Um fator crucial e que funciona bem aqui é a trilha sonora, composta por John Powell, compositor de trilhas de grandes animações (“Como Treinar Seu Dragão”, “Rio” e “Shrek”), que consegue balancear os tons do filme, mesmo nas partes com excesso.

Sobre a missão ingrata do novo elenco, Alden Ehrenreich se esforça (mais do que imaginávamos) para pegar o trejeitos de Harrison Ford, e entrega um Han Solo bastante “decente”, que funciona no filme, mas deve sofrer eternamente com as comparações, já o queridinho da internet, Donald Glover tem problemas na construção do personagem, tanto por suas escolhas, quanto pelo  roteiro, por isso entrega um Lando um pouco mais excêntrico do que o original, abaixo das expectativas que já o colocavam até como candidato a ganhar um filme solo. Emilia Clarke (Game of Thrones) apesar de ter uma presença simpática em tela, como de costume, mostra muitas limitações, quanto vilão de Paul Bettany (o Visão da Marvel) também parece no limite para passar do tom, sempre muito intenso e às vezes até um pouco cartunesco, lembra algo mais de Mad Max do que os vilões convencionais de Star Wars. O destaque fica para Woody Harrelson, ator versátil, que deixa mais uma vez um grande trabalho, num personagem dúbio e pouco confiável, com funções importantíssimas para o filme. Woody é importante, inclusive para as boas reviravoltas que o longa nos dá, chegando um momento em que, literalmente, não se sabe em quem confiar.

A relação de Chewie e Han, que é uma das grandes chamadas do filme, é rapidamente desenvolvida, o que não é ruim. Há um arco entre eles, que é resolvido de forma coerente com o que acompanhamos nos demais filmes, não chega a ser um longa sobre amizade, é mais sobre amigos vivendo aventuras, uma proposta que fica muito clara desde o início.

Enfim, “Han Solo: Uma História Star Wars” é uma aventura “pipocão”, simples, mais genérica que os últimos filmes da saga, mas com diversão suficiente para surpreendentemente funcionar bem como capítulo isolado. Ao contrário de Rogue One, o filme não tem grande presunções, é contido e ciente de seu lugar como prelúdio. Han Solo deixa brechas para continuações, e claramente guarda alguns personagens para ela, resta saber se conseguirá sair do papel. Confira o trailer e nossa “Chuck Nota”, logo abaixo. PS: Para os desavisados, é Disney, mas não é Marvel, não tem cenas pós créditos.