No filme, depois de 40 anos sem se ver, amigos de colégio se reencontram para recriar uma foto tirada por eles no dia da inauguração do metrô de São Paulo. Juntos novamente eles acabam lidando com crises da idade, enquanto tentam impedir um dos amigos que pretende se matar.

“45 do Segundo Tempo”, novo filme de Luiz Villaça, traz Tony Ramos mergulhando numa crise de meia idade. Numa agradável integração com o núcleo mais paulistano possível, somos apresentados a Pedro, um homem solitário e à beira da falência, que nos levará por uma jornada de nostalgia e auto-avaliação.

A narrativa faz questão de mostrar um certo desconforto no encontro dos amigos que, claramente, já não têm nenhuma intimidade e vivem, cada um deles, suas próprias crises. Os personagens de Tony Ramos e Cássio Cabus, são bem desenvolvidos, mas tudo fica um pouco sub-entendido na história do padre Mariano, vivido por Ary França.

Cássio Gabus Mendes, Tony Ramos e Ary França em 45 do Segundo Tempo

Com uma boa direção, “45 dos Segundo Tempo”, o filme ganha um potencial interessante de “Road Movie”, estilo “lista final”, mas que infelizmente acaba não sendo levado adiante, para se aprofundar mais no drama da nostalgia. Trabalha com assertividade o lema de Lulu Santos “Nada do que foi será/ De Novo do jeito que já foi um dia…”, quando os personagens se encontram em um momento de dúvida sobre tudo que fizeram na vida, o filme trata de mostrar que além de ter lembranças difusas, eles jamais viverão as mesmas sensações novamente. A brincadeira vem até na fotografia sempre com uma paleta um pouco mais pesada na vida adulta dos amigos, mas com tudo mais claro em suas lembranças (e até em momentos de reviver essas lembranças).

Apesar do bom elenco, o filme é feito mesmo para Tony Ramos brilhar e o veterano não decepciona, a essa altura do campeonato, ninguém pode negar que Tony está no nível dos gigantes mais famosos do cinema e seria um astro internacional se estivesse na meca do cinema. A entrega que o ator oferece nesse filme é impressionante e inspiradora, é fácil refletir sobre a vida viajando nas falas de Tony Ramos.

Roteiro

Design Produção

Enfim, a comédia dramática prometida para “45 do Segundo Tempo”, é menos comédia do que drama, mas mesmo assim é um longa que te deixa confortável para absorver as diversas metáforas, sem correria…