Idris Elba vive um pai que leva as filhas para uma viagem à África, numa tentantiva de aproximação depois da morte da mãe delas, e lá eles acabam se deparando com um verdadeiro teste de sobrevivência quando um leão descontrolado ataca todos que vê pela frente.

O filme não se preocupa muito em explicar o comportamento anormal do Leão furioso que persegue os humanos, a não ser por algumas pequenas linhas/recados que nos indicam que a caça ilegal e os maus tratos despertaram a fúria do felino, um tipo de “Mike Myers” ou “Jason das selvas”, quase um ser sobrenatural, que sobrevive a tudo.

O filme evoca alguns clássicos lado B dos anos 90, daqueles que surgiam no Cinema em Casa, do SBT, quase todos os dias. Com animais ou seres inesperados se mostrando máquinas de matar, de Coelhos a biscoitos assassinos, o clima era o mesmo. E isso não é uma crítica ao novo filme de Idris Elba, ter uma proposta clara é importante, e “A Fera” não esconde o interesse em ser uma versão moderna desses filmes, com foco na perseguição e no “Gore”. Essa violência gráfica, inclusive, deve ser um dos pontos que mais vai chamar atenção de quem gosta desse tipo de longa, não há economia de sangue e nem tentativas de não deixar o espectador “agoniado” com a violência que irá presenciar, o filme até tenta emular a clássica cena de Leonardo Di Caprio contra o urso, em “O Regresso”, mas por aqui não conseguem o mesmo resultado.

Idris Elba tenta fugir da fera

Os efeitos visuais, criticados por alguns após o trailer, oscilam. Certamente não são tão ruins quanto alguns pintaram, o que acontece é que eles tem momentos diferentes no filme. Quando os leões são vistos isoladamente, é quase perfeito, nenhum “sommelier” de efeitos visuais da internet colocará defeitos, quando as cenas de ataque acontecem, de fato, há uma certa artificialidade que por vezes pode incomodar. Isso também tem a ver com a fotografia do filme, que tem belos momentos em plano aberto e nos esconde um pouco as cenas mais fechadas.

“A Fera” ainda tenta abordar o velho clichê do pai ausente, tentando “recuperar” o tempo perdido com as filhas e se vendo numa situação de redenção. Idris Elba é um herói de ação esforçado que se sobressai num elenco pouco inspirado (ou mal dirigido).

Enfim, “A Fera”, é um filme que provavelmente vá ganhar mais atenção do público quando estiver em algum streaming, mas não deixa de ser uma boa diversão nas telonas para quem curte essa linha de filmes.