Há pouco tempo testemunhamos a força dos blockbusters na retomado do cinema. Filmes como “Homem-Aranha: Sem Volta Pra Casa” e “Top Gun: Maverick” levaram as pessoas de volta ao cinema, mas antes do surgimento de um certo diretor, sequer “existia” o termo “Blockbuster”. “The Fabelmans” nos leva a conversar sobre esse certo diretor… vamos falar de Steven Spielberg, e isso é muito bom!

No filme, o jovem Sammy Fabelman (representação do pequeno Spielberg) se apaixona por filmes depois que seus pais o levam para ver “O Maior Espetáculo da Terra”. Armado com uma câmera, Sammy começa a fazer seus próprios filmes em casa, para o deleite de sua mãe artista.

Spielberg conta sua história com a mesma beleza e paixão pelo cinema com que conta histórias há mais de 5 décadas . “The Fabelmans” é Spielberg sendo Spielberg, o diretor que consegue equilibrar o lado mais artístico da sétima arte com o cinema divertido que sustenta a indústria que ele mesmo ajudou a criar.

O jovem Sam, futuro cineasta

Ao resgatar suas lembranças de infância o cineasta recria momentos especiais e faz o público viajar no mundo dos bastidores dos filmes.

O retrato da família é corajoso ao expor segredos incômodos e extremamente importante para entender o qual fundo o filme pretende tocar no espectador. Com um elenco acima da média, os dramas familiares são tão interessantes quanto assistir o surgimento do jovem cineasta.

Paul Dano (“The Batman”), sempre com boas escolhas na carreira, traz para o patriarca da família aquele tom melancólico do homem que tem objetivos bem definidos e um tanto engessado em suas ideias, ao ponto de não conseguir enxergar os problemas ao seu redor, mas suficiente para contribuir na construção da personalidade focada e organizada de seu filho. Por outro, lado Michelle Williams (“O Rei do Show”), se coloca de forma brilhante como o lado da liberdade criativa do diretor, uma mãe com muita magia e contradições. As irmãs são pouco exploradas, mas há um “terceiro elemento” na família, importante para a história, que também nos explica muita coisa.

Tecnicamente é tudo irrepreensível, o capricho com a direção de arte, fotografia e figurino faz com que a gente não tire os olhos da tela e tenha uma experiência imersiva nos anos da juventude de Spielberg. Com destaque ainda para a trilha sonora do bom e velho companheiro de trabalho, o gênio, John Williams.

Enfim, descobrimos que entre descobertas sexuais, conflitos religiosos e problemas familiares, nasceu um pequeno sonhador, que inspirou grandes sonhos e nos faz sonhar em “The Fabelmans”.