Indicado em 5 categorias do Oscar 2015, chegou essa semana aos cinemas brasileiros Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo. Porém, o filme que foi sucesso nos festivais do ano passado, chegou ao Oscar desse ano com menos força do que se imaginava e, não conseguiu indicação na principal categoria (melhor filme). Quando se começa a comparar Foxcatcher a outros filmes indicados, é possível entender o porquê dessa “ausência”..

No longa o campeão olímpico de luta greco-romana, Mark Schultz (Channing Tatum) sempre treinou com seu irmão mais velho, David (Mark Ruffalo), um ex atleta muito respeitado. Um dia Mark recebe um convite para visitar o milionário John du Pont (Steve Carell) em sua mansão. Apaixonado pelo esporte, du Pont oferece a Mark a oportunidade de entrar para sua equipe, a Foxcatcher. O atleta aceita a proposta e, aos poucos eles se tornam amigos, mas a personalidade complicada de du Pont torna a relação dos dois um caminho perigoso para o atleta.
Benett Miller (O Homem que Mudou o Jogo, Capote), dirige o filme que novamente é inspirado numa história real. Miller acerta a mão na atmosfera do longa, mas escorrega no ritmo. Foxcatcher é lento e moroso, fica planando muito tempo no mesmo lugar e o espectador dificilmente consegue mergulhar na narrativa. Se por um lado a falta de ritmo é uma balde de água para quem espera muito de um filme como este, a própria falta de ritmo aliada a uma edição mais conservadora, favorece a boa construção do clima de thriller psicológico. Existe uma curiosidade latente sobre o momento de catarse do longa, que traz uma atmosfera incomoda, algo que que por si só, garante a atenção do público, que por vezes, ficará entendiado com a vagarosidade da história.
Foxcatcher se utiliza de uma história real para abordar (com certa delicadeza) a obsessão por vitória e principalmente as frustrações humanas. Esses aspectos podem ser identificados na figura de John Du Pont, um típico atleta frustrado, que apesar de todo o poder financeiro, jamais conseguiu se realizar como pessoa. O reconhecimento a Steve Carell (O Virgem de 40 anos) com a indicação na categoria melhor ator é justo, ao contrário do que já se ameaça dizer, não é uma indicação apenas pela mudança física. Steve Carell surpreende ao desenvolver um personagem bastante complexo, que adquire uma postura sombria e, de fato, assustadora quando nos deparamos com o final do longa.


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Mark Rufallo (o Hulk da Marvel), indicado para melhor ator coadjuvante, faz um trabalho irretocável, retratando a simplicidade e o espírito paternal do lutador Dave. Sem grandes explosões desnecessárias, Rufallo segue a linha do “menos é mais”, com um trabalho limpo e sensível. Apesar de não despontar como favorito, sua vitória não seria surpresa, assim como não será surpresa se o filme levar o Oscar por melhor maquiagem. A atuação dos três personagens principais é reforçada por um trabalho primoroso de maquiagem que deixou Steve Carell irreconhecível.
Fora do Oscar, Channing Tatum (Anjos da Lei), se mostra esforçado na criação dos trejeitos de lutador, desde um andar rústico (quase sempre em base de luta), até uma fala mais tímida. Mesmo um tanto limitado, Channing acaba servindo como boa base para Mark Rufallo e Steve Carell.
Enfim, Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo, seria mais honesto se carregasse o sub-título “Um Final que Chocou o Mundo”, porque é apenas nesse momento que o tal “choque” impacta o público (leia-se que impacto não é surpresa, já que é uma história real e subtítulo brasileiro deu um belo spoiler), É o chamado de filme de atuações, onde o diretor Benett Miller podia ter se permitido brincar mais com nossa expectativa e trabalhar o longa como entretenimento, que afinal, é do que se trata o cinema. “Filmes de Oscar” também podem oferecer bom entretenimento sim… Exemplos como: Birdman e o O Grande Hotel Budapeste, indicados esse ano provam isso. Veja a Chuck Nota logo abaixo…

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