Certa vez ouvi da produtora Mariza Leão (durante o lançamento de Meu Passado Me Condena 2), que ela tinha uma mala de dinheiro para fazer De Pernas pro Ar 3, mas não o tinha feito por não ter encontrado a história certa (não que de fato tenha encontrado nos dois primeiros), um pensamento muito lúcido e honesto,  que deveria ter sido seguido pelos produtores de S.O.S Mulheres ao Mar, já que apenas 1 ANO se passou e eles já conseguiram tentar (e possivelmente consigam) empurrar uma continuação goela abaixo do público….

Em S.O.S Mulheres ao
Mar 2
, Adriana (Giovanna Antonelli), agora uma escritora bem sucedida,
segue feliz em seu romance com André (Reinaldo Gianechini), que está prestes a
lançar sua mais nova coleção de moda num navio, porém, quando Adriana
descobre  que junto ao André vai sua bela
ex-noiva, ela resolve partir na viagem para proteger o namoro ao lado da irmã
Luiza (Fabiula Nascimento) e da ex-empregada Dialinda (Thalita Carauta).
Bom, começamos por entender que história é exatamente a
mesma, como um looping sem fim, a personagem Adriana é tomada novamente por uma
insegurança inexplicável e corre para um navio (vejam só) em busca do seu
homem. Lá ela encontra uma rival que faz de tudo para irritá-la enquanto outro
personagem masculino tenta a aproximação com aquela conversa de “esquece ele”.
Uma plot nascida de uma preguiça e uma ganância impressionante. O filme esquece
qualquer lógica de roteiro para se aproveitar de outra moda certeira do cinema
nacional, a de colocar personagens brasileiros no exterior, em paisagens
diferentes e admiradas pelo público
emergente, que é o grande foco do cinema brasileiro atualmente. Uma
fórmula que deu certo nas continuações de Até
que A Sorte nos Separe
e De Pernas pro Ar, e talvez até dê certo
com  S.O.S
Mulheres ao Mar 2
, sem qualquer mérito, é verdade.



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O filme se vende enganosamente com apelo mais feminino, mas
se analisado friamente é uma das visões mais machistas vistas nos últimos
tempos no cinema (disputa boa com outro exemplar nacional Os Homens são de Marte e é pra lá que eu vou). O argumento
principal da história é sempre a protagonista deixada de lado e fazendo
loucuras para ir atrás de um homem. Junto com ela vai uma irmã hiper –
sensualizada que dá em cima de todos os homens que passam em sua frente (o tipo
de homem mais desprezado pelas defensoras das mulheres) e para completar, não
poderia faltar, o estereótipo da mulher ignorante e ingênua, fácil de se
enganar que é o caso da personagem Dialinda.
A narrativa é mastigada aos poucos, dando a péssima
impressão de que o roteiro foi sendo reescrito durante o filme, e só isso
explicaria algumas passagens totalmente descontextualizadas. Para completar o
mix, ainda há uma sub plot de máfia e polícia (ahn ??) que deveria ser
engraçada, mas soa como vergonha alheia, pois nenhuma de sua piadas implícitas
funciona.
Tecnicamente existem problemas incômodos que jogam contra a
credibilidade do trabalho da diretora Cris D Amato. A edição é muito ruim ,
reflexo da pressa da produção, ao ponto de, por exemplo, o corte final contar
com uma cena claramente re – dublada entre a Giovanna Antonelli e seu candidato
a par romântico. O mix de áudio se altera completamente e a diferença de
captação de som é tão brutal que mesmo o espectador mais desatento deverá
perceber… Descuidos que uma produção profissional não deveria absorver.
Principalmente com uma cena que não faria a menor falta a história.

Enfim, S.O.S Mulheres
ao Mar 2
, é um encomenda  caça-
níqueis, feita as pressas para arrancar dinheiro de quem está passeando no shopping
e prefere algo que lhe traga alguma familiaridade (atores globais).Entendam,
que meus comentários não são implicância gratuita com cinema nacional, pelo
contrário, sou contra o discurso de que cinema nacional é ruim só por ser
nacional, o problema é que  filmes  como esse trabalham para que essa fama nunca
morra  e ateste contra obras de qualidade
recentes como Que Horas Ela Volta, O Lobo Atrás da Porta e Tropa de Elite… Os pontos altos do
longa são o início e o fim, onde toca a cativante trilha Celebration da banda
Kool and Gang, pena que a música surge apenas como pretexto para mostrar a
brasileira cantando em emblomation, algo que poderia fazer alusão ao próprio
filme…  Confira nossa Chuck Nota logo
abaixo…

 

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